VIDRO E COLA
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(Re)Engenharia do Rock Leonardo Daniel VIDRO E COLA (RPM – Luiz Schiavon / Paulo Ricardo) Eu não vou ligar, não vou insistir Eu tento não pensar, eu tento não sentir Eu não vou cometer sempre o mesmo erro E nem vou chorar na cena do enterro Linda, linda Ainda não foi dessa vez Quem sabe numa outra vida Linda, linda Agora que você se foi Eu fiquei aqui ainda... Eu não vou dizer nenhuma palavra Quando eu fui te ver, você não estava E logo depois, eu vi que não rola Se somos os dois feito vidro e cola Linda, linda Ainda não foi dessa vez Quem sabe numa outra vida Linda, linda Agora que você se foi Eu fiquei aqui ainda... Eu não vou voltar à estaca zero Se você não quer, eu também não quero Deixa como está, agora já passou Não dá pra terminar o que nem começou Linda, linda Ainda não foi dessa vez Quem sabe numa outra vida Linda, linda Agora que você se foi Eu fiquei aqui ainda... Análise Pessoal: Em “Vidro e Cola” temos como tema central um tema caro ao rock - de uma forma geral; a separação e a despedida pelo luto... o luto da pessoa amada, quando o eu lírico diz: “E nem vou chorar na cena do enterro” é ´porque ele teve uma preparação para a morte da pessoa amada não só no leito de morte, mas de certa forma, por toda a vida. E assim, o erro de não aguentar a saudade e a distância, e se matar: “Eu não vou cometer sempre o mesmo erro”, ele vence esse medo, e, ele clama por ela: Linda, Linda, Linda, então ele vai viver, vai sobreviver, a ligação nesse caso é uma chamada a cobrar, que ninguém pode atender, mas que ele não vai mais fazer. O Pensar e o Sentir ficam quase invitáveis por causa da saudade. E ele fala com propriedade que não foi desta vez... que talvez, quem sabe outra vida... eles poderiam ficar, viver e morrer juntos. Como o velho mito de Eros e Psiquê. Ele de forma resoluta vice o luto: “Agora que você se foi/Eu fiquei aqui ainda...” Nos versos seguintes: Eu não vou dizer nenhuma palavra Quando eu fui te ver, você não estava E logo depois, eu vi que não rola Se somos os dois feito vidro e cola Podemos observar que: não haverá nada a ser dito, nenhuma palavra, quando ele foi vê-la ela estava morta (você não estava) como vidro e cola, eles não combinam, não se ligam, não colam. Não tem união na despedida “final”... À guisa de conclusão: Podemos tentar concluir dizendo ele aprendeu com o sofrimento e que ele não vai mais voltar à estaca zero, que ela não quer – ele também não quer. Porque: “Deixa como está, agora já passou”... afinal: “Não dá pra terminar o que nem começou”. Trata-se portanto de um grande amor, interrompido temporariamente pelo episódio da morte e a cena do enterro é só uma lembrança, já que ainda se tem vida pra viver. www.poetaleodaniel.com Leonardo Daniel 13/07/2023
Leonardo Daniel
Enviado por Leonardo Daniel em 28/11/2023
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