Os lábios de Apolo
PARTE INICIAL
Os lábios de Apolo Capítulo I O Corpo Fala Fiz uma aposta comigo mesmo. Se eu perder vou mudar meu nome. Se eu ganhar vou ser feliz. Esta aposta eu fiz, não assim por fazer, ou de repente. Esta aposta eu fiz porque estou doente e meu corpo fala e eu escuto às vezes a sua respiração. Me assusto. Estou doente, não porque quis, fui ficando assim e sempre sem perceber deixava para mudar no dia de amanhã. Belo dia este de sol tão radiante, acontece é que ele nunca vem, sempre haverá um outro dia para mudar nossa vida que não mudará nunca, porque mudar é tomada de consciência é mudança de postura. Mudar é mágico e magia só acontece no presente. Cansei de culpar os remédios que tomo, cansei de forçar novos tombos. Os remédios é que salvam e me guiam, pois sem eles o que sou é forte demais até para eu mesmo suportar. Então como posso culpa-los por engordar? Tá certo que eles diminuem a velocidade do meu metabolismo. E quem sabe isso não é até necessário? Pois sou por demais rápido... Os fogos incendeiam meu coração. Meus olhos acessos de sol no espelho, me convencem que sou bonito. Meu corpo não era assim. Nem penso nele mais como era. Esqueci como é ser forte e atleta. Mas não esqueci que quero mudar. Tenho objetivos. Mas isso não basta. Preciso de uma busca, pois nela quero reencontrar o menino perdido, a pintura original. Aquele mesmo menino que tanto fez da vida um palco de espetáculos, corajoso, inteligente, bondoso, ardente. Esse menino eu preciso reencontrá-lo. Meu corpo agora pesa 105 quilos e tenho 1,68 de altura. Já fui atleta. Já fui à lua. E vou à luta. Torçam por mim, pois não quero mudar meu nome. Eu adoro ele como é e já tenho uma caminhada tão indenitária com ele. O corpo fala. Ele dá sinais e, quando está bem agente se sente feliz. Se a coluna dói é hora de saber do porquê da má postura. Se eu andar 10 minutos na rua já fico suado. Se dançar por meia hora ficou encharcado. Absurdo. Absurdo. Eu não sou assim. Não me vejo assim. Não aceito a esse corpo me adaptar. Meu corpo grita: “-Você se acomodou!” E eu não quero me acomodar. A vida inteira sempre me imaginei envelhecendo com saúde e envelhecendo feliz. Eu vejo beleza em todas idades. Eu vejo beleza no ser humano. Não importa se há luta contra a balança. Mas não vejo mais beleza em mim como eu via como deveria, pois essa vaidade era saudável. Ser feliz para mim é movimentar-se pela cidade. É ter força muscular. É praticar esportes. Lutas. Passeios. Nadar, em piscinas, em rios no mar. Ser feliz para mim é estar feliz. Amar quem se ama. E creio que emagrecendo 30 quilos com saúde, com prazer, como diriam os nutricionistas, quando pesar 85 quilos e manter esse peso, outro sentido escondido encontrarei para minha vida. Esse livro eu escrevo com o corpo e para o meu corpo. Não penso em ensinar nada. Nem em ter receitas infalíveis de sucesso. E ele também não algum tipo de experimentação irresponsável. Quero apenas que meu corpo com sua linguagem própria possa vencer eu mesmo. E assim eu vencer a aposta. É uma aposta para a vida toda. E se não sou pragmático ou pedagógico sou algo mais raro, sou sincero e minhas experiências bombardeiam outros corações. 31/08/2012
Leonardo Daniel
Enviado por Leonardo Daniel em 27/10/2020
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