O vencedor e a vítima
Capítulo III
O vencedor e a vítima Não importa por mais dura que seja a queda, por mais amarga que seja a noite, por mais triste que seja a solidão. A vida só nos faz uma pergunta: “Quer mesmo ser campeão?” O confuso é que quase sempre não queremos. Ser campeão é ser dono do seu destino. E ser dono do seu destino é abandonar o sofrimento. Todo atleta abandona o sofrimento, senão não sai do lugar. A vida só nos prepara para uma única decisão: ser vencedor ou ser vítima. A vítima como bem observou Carlos Maltz, apanha duas vezes... Apanha da vida já que foi esse o lugar que se escolheu e apanha da sociedade que está sempre à procura de um alvo. Então resta ser vencedor. Mas aí temos que sair do quartinho de bebê. Somos tão mimados. De egos tão frágeis como às vezes diz minha psicóloga, que não aceitamos o “NÃO” e condicionamos os tipos de “SIM”. É triste pensar como o mundo de egos de vidro pode nos fazer crer no fracasso e assim por eles desistir de tentar. Eu até agora tentei. Tentei diante de um objetivo. Vi que isso não era o bastante e mergulhei então numa busca, da qual faz parte esse livro. O vencedor não recebe as batatas como diz o célebre ensaio. O vencedor recebe abraços. E são abraços que sempre nos estão movendo. Não é um abraço qualquer. O Mestre na Cruz é um abraço. Deus nos despediu com seu Filho abraçando toda humanidade. O vencedor só de não ser mais vítima é uma suplantar vitória, pois a vítima mesmo ainda lutando para não mais o ser, é cansativa, é enfadonha, como bem podem se queixar entre si os psicólogos... imaginem a vítima que quer ser vítima? O que se pode ser feito? Nada ou quase nada. E uma pessoa que está gorda e aceita e vai engordando num eterno continuo sem parar, escolheu ser vítima. Pessoas assim gostam muito de conversar e valorizam as amizades, mas elas no fundo sabem que estão se matando e se alguém for duro com elas, elas podem até ter o choque que eu tive. O fato é que a sociedade está à procura de alvos como eu disse, e um obeso é o alvo preferido. Xingam. Praticam bullings de toda espécie. Ofendem. E matam. Ajudam a matar, seja com gestos ou com o olhar a vítima que aí está. Não é fácil abrirmos mão de sermos vítimas. Adoramos nossas medalhas ao inverso. Chamadas sofrimento. Gostamos que cuidem da gente. Mas eu digo que é 10.000 vezes melhor ter prazer em dar prazer, do que simplesmente ser servido. Nós temos medo de faltar amor para gente e assim matamos o amor que ainda nos resta. Amar alimenta-se com Amar. Amor é Calor. É contágio. Não falta amor para quem faz... faz carinho... é... é sincero... quer... quer mudar, sonhar, melhorar. Eu tive que abrir mão de muito sofrimento que a mim não mais pertencem. E tive que ser corajoso para sair perplexo do meu assento. Mas saí e agora estou tão decido a trabalhar e a emagrecer que sinto o Universo inteiro sorrir assim como sorri Humberto Gessinger: “NA ESQUINA EM QUE SE ENCONTRAM CORPO E ALMA HÁ MÚSICA OU SILÊNCIO, NADA MAIS NADA MAIS É DEFINITIVO NA TRANSIÇÃO ENTRE ESTAÇÕES NO LUSCO-FUSCO, QUANDO ANOITECE OU AMANHECE NÃO HÁ DRAMA, NEM COMÉDIA NEM TRAGÉDIA NA HORA INCERTA EM QUE SE BEIJAM CORPO E ALMA” (Nas Entrelinhas do Horizonte): 02/09/2012 in: O MENINO QUE QUERIA UM ABRAÇO
Leonardo Daniel
Enviado por Leonardo Daniel em 09/10/2020
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