A VIRGEM E O MANTO
Ela te toma em seus braços No mais tardar Do percalço Ela te enxuga as lágrimas, não está mais só E o que você escondia em seus pratos Ela lhe devolve no altar Você, quando você disse “- Acabou!” E tomado por uma fúria incrível Que machucava tudo e todos Ela soube esperar Você, que gritou: “- Foi cruel” Enquanto quase todos diziam: “-Que natural” Você esmurrou paredes e quebrou até o último Dos ossos Você, quando você disse: “- Me leva também” E todos quiseram de dar uma camisa branca Ela lavou as lágrimas com força E recobrou a esperança E o que se escondia em seus passos Ela lhe devolve o primeiro andar A porta aberta Ela deixou para você entrar Nunca pensei que a fera fosse pelúcia Nunca pensei que da fúria forja-se a fé Uma fé inabalável Uma fé que dá seu recado Uma fé vinda do pão e do vinho Sorte é estar vivo Uma paciência e um pequeno novelo de lã Algumas dívidas de um amor pagão E do sótão eu vejo as estrelas E da chuva faço meu carnaval E solto o parafuso Que me prendia ao mundo dos fracos E solto o que ficou por dizer Afinal este poema eu fiz antes de você nascer! Leonardo Daniel 11/12/2010
Leonardo Daniel
Enviado por Leonardo Daniel em 21/07/2020
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