Conta a lenda, que havia um ser Adorador do Sol. Num mundo de escuros óculos... diziam os cientistas que olhar para o Sol fazia mal, que se olhássemos para ele ficaríamos cegos, diziam também que o Sol dava câncer de pele, etc, etc ,etc. Mas como? Se ele é tão lindo? Perguntava o ser que o adorava. Ele o agradecia toda manhã pela luz, pela cor, e por tudo. Mas isso só já não bastava, pois a vibe negativa era muito intensa, diziam com muita frequência sempre a mesma coisa: “Que droga, que sol mais quente, que inferno, que sei lá o quê” O sol que é vivo logo ouviu, viu e sentiu tudo aquilo. E desesperado manda seu filho a Terra para fazê-los entender o porquê de estarmos aqui. O filho do Sol, cantou, dançou, e deu aos seus, shows por todo mundo. O mundo não o compreendia, e achava que por ele estar mudando de cor, era louco ou doente de pele. Mas o fato é que ele queria provar e provou que não importa o fenótipo e sim o fenômeno luminoso do qual, todos viram luz. Se não a isso enxergamos é porque ainda não sabíamos do porque de vivermos aqui. Para brilhar. O mundo desconcertou. Pois ele ia à Lua com os pés no chão... e como uma gueixa se tornou tão branco como o leite e seus fãs sentiam se alimentar do mel, mel da sua poesia que de tanta emoção falava em todas línguas da Terra. Era difícil imaginar o que seu Pai sentia ao enviar seu filho até aqui. Repito: Era muito difícil imaginar o que seu Pai sentia ao enviar seu filho até aqui.
Era muito estranho, ele sendo filho de quem era, deveria ser livre, e não tratado como uma fera, que só sob anestésicos dormia. E para não bastar ele usava com frequência e de forma muito cuidadosa; luvas, protetor solar, chapéu e óculos escuro. Um antagonismo surreal, cruel... os seus traços eram delicados, chamavam-no de homossexual como se a isso Deus fizesse alguma diligência. Teve filhos e se foi... de tanto as pessoas acharem que ele fora para o inferno, ele perdeu suas asas e triste vagava pelo local onde a rave é agitada e bem prolongada. Daí a sensação de ressaca... mas ele não gostava de luz artificial e nem do bate estaca contínuo da música eletrônica... muitos lá não se importavam com isso. Ele se importava. Foi aí que o milagre aconteceu; O Filho do Homem, mais o Adorador que, não adorava a dor de um ascetismo espiritual e sim a Luz da Manhã que despontava em seu coração e o iluminava o tempo todo, e, em toda manhã criava seus gestos de um ritual cujo antiquo epifânio fez seu irmão viajante na nau Terra repará-lo e dizer: “Sol muito obrigado por nascer”. E pronto foi festa no céu, as asas do Arcanjo abriram-se restauradas e ele voltou para casa. A Terra agora em transição entra na quarta dimensão... Onde sua mensagem é muito clara: não há bem nem o mal e sim; apenas máscaras e elmos. Viemos da Luz e para ela voltaremos.      



Leonardo Daniel
27/07/2012