OS OLHOS DO LEÃO
Fértil é o futuro que vejo Onde guardo os quadros que pintei Com minha língua de fogo Fértil são os ventos da mudança Onde guardo em silêncio Todos os passos da dança O avesso da crença É de todo ouro que brilha Na regozijação dos comentários em comum Onde todos querem a certeza Onde todos predizem diagnósticos E dos olhos do Leão caem apenas mais uma lágrima Fértil é como vou ser Forte como um raio Forte como uma rocha Leve como uma pluma Leve como quem ama E tenaz não vou ser capaz de levar a boca os mesmos enlevos O avesso da crença É de todo coro que come Para quem ainda não se curou do passado E pensa saber o que é melhor para o viajante e sua companheira Sem saber de nada do real esotérico desiderato disso tudo E dos olhos do Leão, duas estrelas Fértil é como já sou Um homem de verdade Dono de seus passos Longe da auto-piedade e comiseração Dono do coração que vence a ignorância que gera maldade Longe do orgulho místico e social que lhe prendiam numa prisão E quem disse que os viajantes não sabem voar? E quem disse que não serão ainda mais felizes? Agora que tudo se esclareceu E a forja dos Ciclopes não faz mais medo Passos serão dados com muita fé mesmo no escuro O avesso de toda crença é só o olhar do Leão, afinal qual mortal resiste ao seu rugido? Leonardo Daniel 27/12/08
Leonardo Daniel
Enviado por Leonardo Daniel em 20/05/2020
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