para todos iniciantes e graduados em Taekwondo!!
em especial ao Grão Mestre Luciano Bezerra.

A Faixa Branca é o começo. O começo de algo que não tem limites. E se não tem limites não tem fim. Assim é o aprendizado no Tae Kwon – do. Um círculo sem começo, sem meio e sem fim. Confuso? Calma lá que eu vou explicar.
A Faixa Branca representa a pureza, como me ensinou o Mestre Luciano Bezerra. E a pureza segue dois planos, tem dois modos distintos de realização. Um é quando a pureza gera mais pureza movida pelo encanto e admiração da inocência. Quem é inocente nunca pode ser culpado. Um faixa branca puro de coração, sempre será leal, humilde e dedicado. O outro caminho é a pureza perdida. Quando ela é perdida? Também não sei, talvez ela vá se perdendo sempre e sempre por todas as faixas, por todas as cores, por toda a vida. Mas eu sei como ela é perdida. O nosso Mestre Luciano, me explicou que a ingenuidade, nasce junto com a inocência mas segue outro caminho. A ingenuidade acaba se tornando uma forma de fascinação e assim por decorrência em erro e ignorância. O fato concreto é que a pureza é perdida, quando, por exemplo, ela assume o caráter inequívoco de ingenuidade e assim há o despertar ilusório de uma malícia, seja por um egocentrismo infantil ou movido por qualquer paixão seja por influência e fascinação por outra pessoa.
Quando colocamos uma faixa na cintura, não importando a cor, ela é circular. Quando fazemos o nó, acreditamos que nossa honra e nosso espírito indomável está bem representado pelo conjunto de técnicas e ensinamentos que aquela etapa, pode representar. Na arte marcial e na vida a sabedoria e o conhecimento não têm fim. Mesmo um Grão Mestre mais respeitado e mais experiente sabe que ainda ele é um aprendiz. Então por que ter vergonha de ser um faixa branca. Não é para ter vergonha é para ter orgulho. Estamos no mundo ocidental muito habituados a linearidade do tempo e do movimento, e esquecemos dos movimentos e tempos circulares. Pois nada impede de um Mestre revisitar as técnicas e conhecimentos já habituados para compreendê-los e sempre melhorados por serem vividos, e nada impede que a pureza de coração leve o faixa branca aos mais altos sonhos e auspícios tanto na vida como na arte e assim no esporte.
Tudo isso que falamos é motivo de estudos mais acadêmicos e profundos, pois a tensão entre arte marcial e esporte olímpico é recente, dentro de um prisma secular, e não podemos impedir os proveitos das implicaturas recíprocas, apenas por um sorrateiro mal estar estético.
Tenho saudades da minha faixa branca, e dos muitos filmes do Van Damme. E hoje fico me perguntando e pergunto ao Mestre também, num mundo ensangüentado de violência... O que é a autoridade?

Prof. Leonardo Daniel
leodanielrb@yahoo.com.br
21/10/2011